quinta-feira, setembro 04, 2008

Confidente Meu


Impossibilitada de permanecer inspirada passadas duas linhas escritas, presenteia-me a negra noite de final de Verão com a sua frescura. Duas vezes inspiro, outras tantas expulso das entranhas o ar quente que me mantém viva.

Vida

Escritas milhares de linhas adorando a morte como a um deus, mãos que dão à luz poemas de sombra e de pesar, eis que a frescura da noite as vozes da consciência desperta.

Noite

Despertam-me as vozes para escrita que flui do beijo do lápis no papel. Sei lá eu o que dizem as marcas tatuadas na gasta folha do sonho perdido! Despertam-me elas para o fantasma reflectido em cada letra, em cada ponto longínquo, sozinho, despido de todos os laços e pólos opostos que nos ligam, nos atrem... nos matam.

Morte

Acordo, então, para o sentido da palavra Vida, escrita por entre minúsculas gotas de sangue vertidas como lágrimas. Vida e tudo o que a alimenta. O sangue nas veias, o ar nos pulmões, o suor na pele, a dor no corpo... e na alma. Sobretudo na alma.

Dor

Mas quem me leria se me não doesse a alma? Quem me abriria o corpo como um livro e me leria páginas de solidão? Tu! Uma presença, uma atenção, um amigo! Disse um dia o génio: "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores. Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos. Alguns deles não procuro, basta-me saber que existem. E esta mera condição encoraja-me a seguir em frente pela vida!"

Amigo

É por isso que nas mais húmidas noites, por entre rasgos de inspiração e poemas esboçados, eu encontro o caminho do sonho... e a obra nasce. É por isso que hoje escrevo. Por ti, Confidente Meu!

Obrigada

1000 Visitas! Parabéns aos leitores do _Confidente Meu_

06/09/2008

1 comentário:

Rita Mendes disse...

Tenho tantas saudades tuas minha querida**